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O adolescente e o Facebook

Ana Cristina Alves Lima*

A adolescência é um momento muito importante no desenvolvimento humano. Até pouco tempo atrás, esse período não era visto pelos autores de psicologia como de grande importância. Muitas mudanças ocorrem nesse período, nos aspectos psicológicos e, principalmente, nos aspectos físicos e sociais, os quais irão determinar o caminho futuro do desenvolvimento. Na infância tudo que está ao redor da criança é percebido e interpretado, ajudando-a a criar suas próprias teorias sobre o mundo, sejam elas reais ou não. Na adolescência, o mundo é entendido de outra forma e, por isso, é muito questionado pelo adolescente, que pode até se revoltar com sua situação familiar, econômica e social. Hoje em dia a tecnologia interferiu até nas formas de se relacionar com o mundo externo. Vivemos numa Era da Imagem, por exemplo, para que ler o livro de Jorge Amado se pode assistir uma minissérie.

As redes sociais utilizam-se da internet, que foi criada com outro intuito para, além de disseminar informações, aproximar contatos e ideias. As redes sociais são utilizadas para fazer amizades e manter contatos com pessoas distantes. É um meio de divulgação de opiniões, ideias e sentimentos muito eficaz. Um comentário postado, logo já recebe outro comentário e uma avaliação, que é o famoso “curtir”. No entanto, já se observa que o adolescente atribui um valor muito maior pelo que é dito e feito no Facebook do que nas relações presenciais. Avalia-se o quanto você é querido no dia do seu aniversário pela quantidade de comentários que recebeu. Mas, e as ligações? E o hábito de fazer um bolinho para as vizinhas e colegas da rua que irão se lembrar de seu aniversário e te cumprimentar? É mais fácil mandar um comentário via Facebook do que deslocar-se fisicamente para tal tarefa.

Para o adolescente que nasceu na Era da Internet é muito natural incorporar ao seu dia a dia essas ferramentas. Só precisam equacionar o valor que atribuem às relações presenciais e virtuais. Hoje em dia uma criança de dois anos, ao tirar uma foto já pede para vê-la, comportamento este já incorporado ao uso da máquina digital.

Os adolescentes já são capazes de discernir entre entretenimento e responsabilidades escolares, no entanto, a supervisão dos pais nunca pode ser dispensada. Os pais devem ficar atentos à rotina do filho e ao cumprimento de deveres (tanto regras de casa quanto os escolares). Os jovens devem ser orientados em relação ao que é postado no Facebook. Pai e mãe devem aconselhar seus filhos a evitarem dar dicas de onde estão e se estão sozinhos em casa, o que indicaria o grau de vulnerabilidade dos jovens de se tornarem vítimas de golpes. Aquela velha premissa de que “não devemos falar com estranhos” ainda deve ser considerada. A proibição não deve ser feita, uma vez que é um meio de inclusão do adolescente na sociedade moderna, porém, é papel do adulto (pais e responsáveis) impor os limites necessários.

A escola tem papel fundamental em desmistificar as ferramentas auxiliares as chamadas Tecnologias da Informação e Comunicação - TICs e mostrar o papel que elas representam no desenvolvimento social e econômico, porque não se pode negar o avanço tecnológico, inclusive na educação.

A sociedade mudou de forma geral, portanto é notória a mudança no comportamento dos jovens nos dias atuais. Fala-se sobre certos assuntos com muito mais naturalidade do que se falava há vinte ou trinta anos. No entanto, se tem muita informação, mas deve-se avaliar o valor delas, uma vez que a internet aceita tudo, tanto verdades quanto mentiras. Não acredito que o contato presencial seja substituído pelo virtual, mas acredito que daqui para frente nos acostumaremos com maior facilidade às novas tecnologias.

*Mestre em Psicologia Escolar - Professora da Uniara.

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