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X Simpósio sobre Reforma Agrária e Questões Rurais da Uniara debate mudanças climáticas, mundo rural e políticas públicas

Publicado em: 17/11/2022

Na última semana, o X Simpósio sobre Reforma Agrária e Questões Rurais, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente – PPG-DTMA, proporcionou diversos debates referentes a “Mudanças Climáticas, Mundo Rural e Precarização de Políticas Públicas”, tema do evento, que foi realizado no formato híbrido, com a parte presencial nas unidades I e II da instituição. As mesas-redondas, transmitidas pelo YouTube, podem ser acessadas pelo link https://bit.ly/3tAAQfC.

“Foi o simpósio da resistência e da esperança e, em termos de discussão, foi maravilhoso. Na minha opinião, conseguimos fazer com que esse evento valorizasse a Uniara, que saiu na frente, entre as escolas particulares do interior, e fez esse evento com questões que precisam ser pensadas, valorizando o papel da ciência, que tem que entrar na discussão das políticas públicas, nas mudanças climáticas”, avalia a coordenadora do PPG-DTMA, Vera Lúcia Silveira Botta Ferrante.

Ela aponta que “o simpósio cumpriu essa função e foi muitíssimo importante porque focou nos dilemas que o Brasil está vivendo hoje”. “Não se pode discutir mudança climática isoladamente. Precisamos pensar o que essas mudanças alteram, e a agricultura passa a ter papel importante: vivemos uma crise ambiental seríssima, que tem posto em destaque a agricultura que temos. Sempre trabalhamos com questões presentes no nosso território - desequilíbrio ambiental, alta concentração fundiária, grande parte dos produtores não serem beneficiados etc.”, explica.

O simpósio, em sua visão, pode ser encarado como uma “semente de discussão de dilemas que precisam caminhar muito”. “É preciso discutir problemas, mas agora, mais do que nunca, precisamos tornar constantes conversas com outros grupos que estudam essas questões, e fazer um acompanhamento mais próximo. Temos que valorizar essa proximidade com os dilemas que o país enfrenta. É uma necessidade de vida, quase de sobrevivência”, ressalta a docente.

O simpósio “me deu muita esperança de continuarmos tentando alavancar a posição com retorno social, e deu muita esperança para nosso grupo e muita responsabilidade em relação a como isso vai continuar”. “Fomos muito felizes na programação, com pesquisadores de alto gabarito e conhecimento muito consistente. Pudemos discutir em profundidade as interferências dos programas alimentares na questão rural, nas formas de produção, na vida dos agricultores familiares”, detalha Ferrante.

O professor do PPG-DTMA, José Maria Gusman Ferraz, comenta que “estamos em um ponto bastante forte de mudanças climáticas e aquecimento global, e temos visto, nos estudos apresentados, que a agricultura e a produção de alimentos são os maiores responsáveis pela emissão de gases do efeito estufa – em torno de 60% a 70%, dependendo da região”. “Então é importante trabalharmos na agricultura para revertermos esse quadro. Se não resolvermos a maior fonte de emissão, estaremos mascarando e não evoluindo para a redução de gases do efeito estufa”, alerta.

O palestrante Guilherme Costa Delgado foi um dos convidados da mesa-redonda “Dimensões Socioambientais das Mudanças Climáticas: Perspectivas e Possibilidades”, coordenada por Ferraz. “Abordamos, no caso brasileiro em especial, a necessidade de controlar o enorme potencial de poluição de dióxido de carbono que veio do espaço rural e que se transformou, segundo o último dado do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas – IPCC, da Organização das Nações Unidas - ONU, no principal ‘setor’ de emissão do país – 73% -, sendo que 49% vem das queimadas e 24% vem do cultivo da agropecuária”, detalha Delgado.

Isso impõe, segundo ele, a necessidade de priorizar às políticas públicas de desenvolvimento rural, “as de curto prazo, em especial, tendo em vista reverter esse quadro, pelas enormes implicações de mudanças climáticas que ele acarreta”. “Teve uma contribuição muito importante do palestrante Paulo Eduardo Artaxo Netto, que é especialista na área de mudanças climáticas e faz parte do comitê da ONU sobre o tema, e que corrobora plenamente a ideia de que é o espaço rural o primeiro e principal componente desse desequilíbrio planetário do espaço brasileiro, e que isso precisa se traduzir em políticas públicas concretas”, salienta.

A pesquisadora do Núcleo de Pesquisa e Documentação Rural – NUPEDOR da Uniara, Tauana Paiva de Souza Gomes, relata que, durante as atividades, “tivemos um momento de reflexão sobre as questões gerais da mudança de clima, focando no Brasil, em especial, a questão da produção da pecuária que, às vezes, colocamos no âmbito mundial, mas a maior parte do consumo está aqui”. “Hoje, temos 70% de responsabilidade pela emissão de gás carbônico, e isso está na área da agricultura. Assim, o evento foi muito importante para podermos avaliar essas questões”, diz.

Em outro momento do simpósio, de acordo com ela, “veio a questão dos recursos hídricos, que havia aparecido no primeiro dia de evento já como indicativo de que essas mudanças climáticas vão afetar diretamente a questão hídrica, e o impacto disso afeta diretamente a agricultura, o que é um ponto essencial, sendo que teremos queda inclusive na produção ligada ao agronegócio, que é um dos pontos importantes para repensarmos essa emissão de gás carbônico dentro do ambiente rural”.

“Antes, pensávamos que isso ocorria no ambiente urbano, mas o evento trouxe essa atenção de que, hoje no Brasil, a maior parte dessa emissão é relacionada à área rural e o impacto disso precisa ser debatido, em relação aos anos que vamos vivenciar, da falta de recursos hídricos”, finaliza Gomes.

Informações sobre o PPG-DTMA da universidade podem ser obtidas no endereço www.uniara.com.br/ppg, pelo e-mail dtmeioambiente@uniara.com.br ou pelo WhatsApp (16) 3301-7126.

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