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Professores da Uniara falam sobre vantagens e desvantagens da energia eólica

Publicado em: 14/06/2022

Nesta quarta-feira, dia 15 de junho, é comemorado o Dia Mundial do Vento, data para a conscientização sobre as fontes renováveis de energia, em especial, a eólica. O coordenador do curso de Engenharia Elétrica e o professor da graduação de Biologia da Universidade de Araraquara – Uniara, Cristiano Minotti e João Carlos Geraldo, respectivamente, abordam a relevância, vantagens e desvantagens desse tipo de energia.

“A produção funciona da seguinte maneira: os geradores eólicos são equipamentos que utilizam coletores de vento, as hélices, ligadas a um gerador elétrico que converte a energia mecânica proveniente dessas hélices em energia elétrica. Basicamente é isso”, resume Minotti.

Geraldo destaca que a energia eólica tem como vantagem o fato de não gerar resíduos ou poluentes no processo de produção, “bem como ter uma fonte praticamente inesgotável, ainda que dependa de condições climáticas e geográficas”.

Apesar desse grande benefício, Minotti cita uma dificuldade em relação a esse tipo de produção energética. “Pelo fato de utilizar uma hélice normalmente de dimensões gigantescas – trinta metros de diâmetro -, sua rotação costuma produzir um ruído muito característico, de baixa frequência. Muitos ambientalistas citam isso como uma desvantagem enorme por atrapalhar o ciclo de voo de muitas aves”, comenta.

Outra desvantagem, segundo Geraldo, é que, como toda e qualquer atividade humana, esse processo não é isento de alguns inconvenientes ambientais. “Pode-se destacar o processo de produção das turbinas eólicas, que vai utilizar energia e matérias primas advindas da natureza. E também há esses questionamentos sobre o fato de poderem atrapalhar o voo de pássaros e morcegos, causando a morte de alguns deles, mas em comparação com os problemas do uso de combustíveis fósseis, isso é um sacrifício mínimo”, afirma.

Como comparação, Geraldo cita que aviões também podem produzir os mesmos danos “e ainda por cima usam querosene para se movimentarem e, no entanto, ninguém quer proibir o seu uso”.

Um terceiro problema trata da despachibilidade, de acordo com Minotti. “Isso se dá quando a geração é extremamente inconstante, então, no caso da energia solar, há um nível de geração que varia ao longo do dia e, principalmente, conforme o número de nuvens ou de qualquer coisa que entre na frente do sol e atrapalhe. Com a energia eólica, não é diferente: há uma variação muito inconstante”, explica.

Dentro dessa questão, Geraldo reforça que os problemas climatológicos e geográficos decorrem do fato de haver a necessidade de se instalar as turbinas em terrenos com características propícias à existência de ventos mais ou menos constantes. “Não adianta implantar usinas eólicas onde venta muito pouco ou onde o relevo vai ser uma barreira para os ventos. Assim, não é qualquer localização que é propícia”, aponta.

Como exemplo, Minotti completa dizendo que, no Brasil, o Nordeste é um dos casos mais bem sucedidos em relação à produção de energia eólica. “A região entre o Rio Grande do Norte e o Ceará abriga os maiores parques eólicos do país”, ressalta.

Já no exterior, há países nos quais as características favoráveis são maiores, segundo Geraldo e, por isso, utilizam mais essa alternativa para a produção de energia elétrica. “A título de exemplo, os países do norte da Europa, como Países Baixos e Alemanha, ocupando a grande planície próxima ao mar ali existente, são grandes utilizadores dessa tecnologia, inclusive com turbinas instaladas dentro das águas marinhas, pelo fato de a planície continuar por sob as águas”, detalha.

Mesmo que essa tecnologia seja avançada, de acordo com Minotti, isso não resolve o problema se em determinada região não venta. “Existem kits de aerogeradores que já são concebidos para serem fornecidos até para residências, e que podem ser homologados junto à concessionária, como é o caso da energia solar. Ainda assim, vai continuar o problema de inconstância de geração”, esclarece.

Mesmo assim, em lugares onde vente ao menos um pouco, esse equipamento pode ser uma alternativa para complementar a produção de energia elétrica de uma residência, segundo Geraldo. “Poderia funcionar como a energia de placas fotovoltaicas, que geram energia solar e, em caso de necessidade, as instalações estariam conectadas à rede de fornecimento, que seria acionada nessas ocasiões”, explica.

Ele afirma que “as chamadas energias alternativas - eólica, solar, das marés etc. - ainda não são capazes de suprir toda a ‘fome’ de energia que a humanidade tem, mas podem suprir partes dessa energia utilizada, sem fazer uso de fontes poluidoras”. “E, mesmo que tenham alguns empecilhos, ainda são muito mais limpas e com fontes renováveis inesgotáveis, se bem utilizadas”, salienta.

“Não se pode simplesmente ignorar essas fontes, determinando que nada poderia ser mudado no tocante ao uso das fontes fósseis ou à construção de megausinas hidrelétricas. Ainda que não cubram toda a necessidade, seu uso diminui bastante o uso dessas fontes e, talvez no futuro, sejam as principais formas de geração de energia. A busca por minimizar o uso de fontes poluidoras deve ser incentivada, avançando no desenvolvimento de tecnologias mais acessíveis ao maior número possível de usuários”, finaliza Geraldo.

Informações sobre os cursos de Engenharia Elétrica e Biologia da Uniara podem ser obtidas no endereço www.uniara.com.br ou pelo telefone 0800 55 65 88.



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