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Coordenador do curso de Medicina Veterinária da Uniara faz um raio X da raiva em animais e humanos

Publicado em: 27/09/2021

Nesta terça-feira, dia 28 de setembro, é lembrado o Dia Mundial contra a Raiva. O coordenador do curso de Medicina Veterinária da Universidade de Araraquara, Douglas Augusto Franciscato, fala sobre a doença em animais e humanos.

“Raiva é uma doença viral aguda causada pelo vírus Lyssavirus, da família Rabhdoviridae. Acomete qualquer espécie de mamífero, sendo os cães os transmissores mais comuns da doença no ciclo urbano, e os morcegos, nos ciclos urbano e silvestre da doença. Caracteriza-se como uma encefalite progressiva e aguda, com letalidade próxima a 100%. É transmitida pela saliva de animais, principalmente por meio de mordedura, podendo ainda ser transmitida por arranhadura e/ou lambedura de animais infectados”, explica Franciscato.

Ele conta que os sinais clínicos da raiva são muito variados na grande maioria das espécies acometidas. “As apresentações mais comuns da doença são as formas paralítica e furiosa. O início do quadro pode anteceder as manifestações mais típicas com sinais pouco sugestivos, tais como alterações de comportamento, inapetência, apatia, depressão, inquietude e incoordenação motora. A fase furiosa, comumente observada em caninos, tem como característica marcante a agressividade, embora possam ser também observados sinais de depressão, excitabilidade, mudanças de comportamento, insônia e ocasionalmente febre”, detalha.

O animal não consegue deglutir em função dessa dificuldade e, dessa maneira, torna-se evidente a salivação, de acordo com o docente. “Na forma paralítica da doença, mais comum em bovinos, pode não haver sinais prévios de agressividade. O maxilar inferior é o local onde a paralisia é mais notável. A boca permanece entreaberta e ocorre salivação. Igualmente, sobrevém a paralisia dos membros posteriores. O desfecho do quadro é fatal, onde a morte ocorre por paralisia dos músculos respiratórios”, aponta.

Existe, por exemplo, o perigo de um cão contaminado morder um humano e transmitir a doença. “Após o período de incubação, surgem os sinais e sintomas clínicos inespecíficos da raiva, que duram em média de dois a dez dias. Nesse período, o paciente apresenta mal-estar geral, pequeno aumento de temperatura, anorexia, cefaleia, náuseas, dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade, inquietude e sensação de angústia. A infecção da raiva progride, surgindo manifestações mais graves e complicadas, como ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes, febre, delírios, espasmos musculares involuntários, generalizados e/ou convulsões”, relata.

Os espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua ocorrem quando o paciente vê ou tenta ingerir líquido, apresentando sialorreia intensa - “hidrofobia” -, de acordo com Franciscato. “Os espasmos musculares evoluem para um quadro de paralisia, levando a alterações cardiorrespiratórias, retenção urinária e obstipação intestinal. Observa-se, ainda, a presença de disfagia, aerofobia, hiperacusia e fotofobia. O paciente se mantém consciente, com período de alucinações, até a instalação de quadro comatoso e a evolução para óbito. O período de evolução do quadro clínico, depois de instalados os sinais e sintomas até o óbito, é, em geral, de dois a sete dias”, informa.

A raiva, quando transmitida a humanos, é uma doença quase sempre fatal, “para a qual a melhor medida de prevenção é a vacinação pré ou pós exposição”. “Quando a profilaxia antirrábica não ocorre e a doença se instala, pode-se utilizar um protocolo de tratamento da raiva humana, baseado na indução de coma profundo, uso de antivirais e outros medicamentos específicos. Entretanto, é importante salientar que nem todos os pacientes de raiva, mesmo submetidos ao protocolo, sobrevivem”, alerta o professor.

Para a prevenção de raiva em cães e gatos, Franciscato coloca que a vacinação anual é eficaz na prevenção da raiva nesses animais, “o que consequentemente previne também a raiva humana”. “Deve-se sempre evitar de se aproximar de cães e gatos sem donos, e não se deve mexer ou tocá-los quando estiverem se alimentando, com crias ou mesmo dormindo. Também nunca tocar em morcegos ou outros animais silvestres diretamente, principalmente quando estiverem caídos no chão ou encontrados em situações não habituais”, orienta.

O coordenador menciona que, segundo o último relato epidemiológico nacional, no ano de 2020, ocorreram dois casos de raiva humana e que, este ano, ainda não houve relato de casos. “Em animais, no ano de 2021, foram relatados um total de 102 casos de raiva, sendo quatro em cães, um em gatos, oito em bovinos, dois em equinos, 74 em morcegos não hematófagos e treze em canídeos silvestres”, completa.

A raiva é de extrema importância para saúde pública, “devido à sua letalidade de aproximadamente 100%, por ser uma doença passível de eliminação no seu ciclo urbano - transmitido por cão e gato - e pela existência de medidas eficientes de prevenção, como a vacinação humana e animal”. “Caso encontre ou suspeite de algum animal, não toque ou interaja com ele. Procure os órgãos de vigilância responsáveis de sua cidade - vigilância epidemiológica ou centro de zoonoses - e notifique a suspeita de caso, além de sempre manter seus animais vacinados, sendo que a vacinação deve ser reforçada anualmente”, finaliza Franciscato.

O coordenador utilizou como fontes de consulta o site do Ministério da Saúde - https://bit.ly/3kJWOZZ - e o artigo “Raiva: uma breve revisão”, publicado na revista Acta Scientiae Veterinariae - https://bit.ly/3kKmUw4.

Informações sobre o curso de Medicina Veterinária da Uniara podem ser obtidas no endereço www.uniara.com.br ou pelo telefone 0800 55 65 88.



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