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Aluno de Engenharia Mecatrônica da Uniara estuda produção de biogás utilizando glicerina bruta em um biodigestor

Publicado em: 21/08/2020

Com o estudo intitulado “Tratamento anaeróbio do subproduto da produção de biodiesel (glicerina bruta) em um biodigestor em escala piloto”, o aluno do quarto semestre do curso de Engenharia Mecatrônica da Universidade de Araraquara – Uniara, Arthur Rodrigues Pozzi, foi agraciado com uma bolsa de iniciação científica da Fundação Nacional de Desenvolvimento de Ensino Superior Particular – FUNADESP. O projeto é orientado e coorientado pelos professores Daniel Thomaz e Arnaldo Sarti, respectivamente.

“Esse trabalho visa a quantificar e qualificar a produção de biogás utilizando o efluente da produção de biodiesel - glicerina bruta - em um biodigestor. O trabalho já vem sendo executado desde o meu primeiro ano de faculdade – 2019 -, e já obtivemos bons resultados”, revela Pozzi.

Ele conta que o projeto é realizado na Unidade Experimental de Biodiesel da Fazenda-Escola da Uniara, “onde será feito o acompanhamento da produção do biogás no biodigestor com doses controladas da glicerina”. “Porém, as análises físico-químicas para obtenção de dados específicos sobre o biogás e o conteúdo do biodigestor serão realizadas em parceria com a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - Unesp - campus de Araraquara e o Instituto Federal de São Paulo - IFSP - campus Matão. Atualmente, conseguimos produzir, em média, com apenas um litro de glicerina bruta no biodigestor de mil litros de lodo, uma quantidade de aproximadamente novecentos litros de biogás por semana, o que equivale a aproximadamente 1,5 litro de gasolina, em termos de equivalência energética - quantidade de energia produzida -, que será utilizado para gerar energiza por meio de geradores a gás”, destaca.

Em relação à relevância social do projeto, o aluno menciona que, devido ao alto índice de contaminantes, as indústrias de biodiesel não podem descartar a glicerina bruta em qualquer lugar. “Com isso, a ideia por trás do projeto é trazer uma alternativa viável para esse produto, tanto ecologicamente quanto economicamente, de modo que ele ganhe relevância nos mercados nacional e internacional”, ressalta.

O estudo, de acordo com Pozzi, segue uma derivação de um trabalho inicial com Sarti, Thomaz e o coordenador da graduação, Marcelo Wilson Anhesine. “Foram produzidos vários artigos e Trabalhos de Conclusão de Curso - TCCs no decorrer de 2015 até hoje com a Unesp, por meio do professor Anhesine, que intermediou como autor dessa parceria. Esse projeto que estou desenvolvendo é um começo de uma nova área que estamos explorando na Fazenda-Escola, e temos planos para sua ampliação e automatização de todos os instrumentos utilizados, o que traz novos horizontes para se estudar e abre espaço para alunos do curso de Engenharia Mecatrônica em uma área que está crescendo no mundo, a de energia limpa”, diz.

Thomaz é o professor responsável pela usina de biodiesel da Fazenda-Escola. “Lá, temos uma planta piloto de produção de biodiesel e, como matéria-prima para a produção desse material, utilizamos óleo residual de fritura, que é um passivo ambiental. Temos as cooperativas que coletam esse tipo de óleo em restaurantes, bares e residências, mas a logística é muito complicada, e temos muita gente que joga esse resíduo na pia, então, a contaminação ainda é muito grande por conta disso. Na Fazenda-Escola, usamos esse óleo, em parceria com uma cooperativa da região, que coleta esse material e o entrega a nós. Processamos esse óleo e o transformamos em biodiesel”, explica o orientador.

Ele detalha que essa produção gera também a glicerina bruta, “e é aí que entra o projeto do Arthur: utilizamos o biodiesel nos ônibus da Uniara, e parte vai para a cooperativa, ou seja, já é uma solução”. “Já a glicerina bruta, para se tornar um produto, precisa de uma série de tratamentos e, assim, o trabalho do aluno vem para estudar, pesquisar e desenvolver uma solução/alternativa de uso para essa glicerina bruta, que sai com uma série de contaminantes. A saída que encontramos foi transformá-la, por meio de digestão anaeróbica, em biogás, que é uma fonte de energia. Temos, no laboratório, um biodigestor, no qual vamos inocular essa glicerina bruta, e os microrganismos irão processá-la e consumi-la. O objetivo é transformar isso em biogás, rico em metano, que é um combustível de excelente qualidade”, diz.

Dessa maneira, segundo Thomaz, a intenção “é dar uma destinação para esse subproduto da produção que temos, e isso se torna escalonável para todas as indústrias de biodiesel”. “Estudos prévios que fizemos apontam que temos uma perspectiva boa e que estamos no caminho. Caso confirmemos esses resultados prévios, poderemos levar isso para as demais indústrias de biodiesel, essas em escala industrial/comercial”, comenta.

Quanto à dedicação de Pozzi nos estudos, o docente afirma que “é extremamente importante, pois ‘coloca a mão na massa’, aplica os conhecimentos teóricos da graduação na prática e pode verificar, por exemplo, as questões de controle e automação”. “Todo esse sistema requer um processo que tem controle de agitação, temperatura e uma série de variáveis. A importância disso está em conciliar, portanto, teoria e prática, que acredito que seja o principal objetivo da iniciação científica: estimular o aluno a pesquisar coisas novas e diferentes, fazer com que tenha a experiência prática e, com isso, desenvolver uma série de atributos que somente a sala de aula não fornece”, finaliza.

Informações sobre o curso de Engenharia Mecatrônica da Uniara podem ser obtidas no endereço www.uniara.com.br ou pelo telefone 0800 55 65 88.

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