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A fitoterapia na pandemia

Publicado em: 14/08/2020

Em um período em que vacinas estão sendo testadas, mas ainda sem conclusões quanto à eficácia contra a Covid-19, e “considerando que as medidas de contenção que estão sendo tomadas ainda não têm se mostrado suficientes, as pessoas começam a buscar alternativas, tanto para prevenção quanto para tratamento, estando, dentre elas, as obtidas de plantas medicinais”, de acordo com o coordenador do curso de pós-graduação presencial em Fitoterapia e Prescrição de Fitoterápicos da Universidade de Araraquara – Uniara, José Ricardo Soares de Oliveira, que fala sobre o assunto e alerta sobre as fake news que envolvem plantas medicinais na cura da Covid-19.

“Planta medicinal é aquela usada para tratamento de doenças. Nela existem substâncias que têm atividade para tratar enfermidades dos mais variados tipos, e a fitoterapia é o tratamento que utiliza matéria ativa de origem vegetal, como as plantas medicinais, para a melhoria da saúde”, explica o docente, que aponta que são vários os tratamentos em experimentos clínicos no mundo.

Ele menciona que, “para a manutenção do sistema imunológico, podem ser utilizadas plantas como a cúrcuma, a equinácea, as frutas cítricas, o alecrim e a unha de gato; para o combate ao estresse e o cansaço, podem ser utilizadas plantas como o chá-verde, a erva-mate, o guaraná e o ginseng; para tratar os sintomas de inflamações, pode ser utilizada a macela, a unha de gato, cúrcuma e a garra do diabo; para tratar ansiedade, insônia e nervosismo, camomila, capim cidreira, erva cidreira, maracujá, melissa, mulungu e valeriana, e no caso dos problemas do sistema respiratório, plantas podem ser utilizadas para aliviarem os sintomas da gripe e do resfriado”. “Podem ser úteis o alcaçuz, o alho, o eucalipto, o gengibre, o guaco, a hortelã, a malva, o poejo, a romã e a tanchagem”, cita como exemplos o coordenador.

Entretanto, é preciso ter atenção, pois “são muitos os nomes populares de plantas medicinais, o que pode gerar certa confusão para as pessoas - algumas plantas podem ter o mesmo nome popular e serem de espécies diferentes”. “Deve-se sempre conferir se as partes da planta a serem utilizadas estão em bom estado, íntegras, novas, sem mofos e sem insetos; ter certeza de qual parte da planta deve ser utilizada como medicinal; adquirir suas plantas medicinais em locais confiáveis, como Unidades Básicas de Saúde, farmácias etc. - é muito importante conhecer o modo certo de preparar o remédio com a planta medicinal e, sendo assim, nesses locais existem profissionais para ensinarem corretamente sobre o seu uso -, e não colher plantas perto de esgotos, lagos e lagoas poluídas, para evitar contaminações”, orienta Oliveira.

“Existem, sim, plantas que podem auxiliar nos tratamentos sintomáticos das consequências da infecção pela Sars-Cov2”, afirma ele, lembrando que algumas plantas medicinais têm apresentado eficácia em testes realizados em cultura de células e em animais - in vitro e in vivo, respectivamente. “Entretanto, esses testes não podem ser utilizados para afirmar que são eficientes para a população em geral, mas podem indicar como os compostos encontrados nessas plantas atuam combatendo o vírus. Contudo, ainda é cedo afirmar que as plantas podem ser a solução nesse momento sobre essa incidência viral que tem se espalhado pelo mundo, mas o caminho a ser seguido aponta para elas”, diz.

O alerta do docente é que a explosão de casos de Covid-19 tem levado as pessoas a procurarem meios de se prevenirem contra essa pandemia, e “aquelas que têm como hábito utilizar produtos naturais sempre recorrem às velhas práticas no uso de chás medicinais”. “Infelizmente, notícias falsas e promessas fraudulentas de ‘tratamento’ ou ‘prevenção’ podem denegrir os esforços alcançados, sendo necessário, especialmente nesses momentos de grande comoção, que sejam divulgadas ou compartilhadas apenas notícias de fontes oficiais e científicas”, enfatiza.

Soares comenta que muitas foram as plantas exploradas como promessas da cura da Covid-19, e cita como exemplos o anis estrelado, o picão preto, boldo e artemísia, entre outras. “Mas foram apenas fake news. No caso da opção pelo anis, especialmente na forma de chá, isso se dá pela crença de que a planta teria o mesmo princípio ativo do Tamiflu – oseltamivir -, medicamento que pode ser indicado se houver suspeita de infecção pelo vírus influenza, mas não no caso da Covid-19. A ideia se desenvolveu porque uma das formas de obtenção do ativo oseltamivir é a partir do ácido chiquímico, que pode também ser extraído daquela planta, porém, não existem evidências de que a administração do anis apresente efeitos similares”, finaliza.

Informações sobre o curso de pós-graduação presencial em Fitoterapia e Prescrição de Fitoterápicos da Uniara podem ser obtidas no endereço www.uniara.com.br ou pelo telefone 0800 55 65 88.

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