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Docente de Enfermagem da Uniara fala sobre como funcionam as vacinas e sobre o movimento que é contra o procedimento

Publicado em: 06/04/2020

Os países do mundo têm pesquisado vacinas contra a Covid-19, causada pelo coronavírus. Existem, no entanto, pessoas que não acreditam e/ou não aceitam a vacinação para a cura de doenças. A professora do curso de Enfermagem da Universidade de Araraquara – Uniara, Ângela Aparecida Costa, fala sobre como age uma vacina e sobre o movimento que é contra o procedimento.

“A vacina é uma substância constituída por vírus, bacilos, bactérias ou fragmentos desses agentes que, normalmente, causam doenças na população. Porém, como a vacina é um produto biológico, os agentes sofrem modificações de uma maneira que, uma vez, entrando no nosso organismo, provocam uma reação no nosso sistema imunológico que, ao invés de gerar a doença, produz uma defesa, chamada anticorpo, para esses agentes”, explica a docente.

Como exemplo, ela menciona a vacina de sarampo, “constituída, entre outros compostos, pelo vírus do sarampo, que sofre um processo de atenuação e, uma vez no organismo, estimula-o a produzir células de defesa para essa doença”. “As vacinas promovem o desenvolvimento de células chamadas memorioimunológicas, que na realidade se resumema fazerem com que nosso organismo produza antecipadamente anticorpos especializados, que vão reconhecer o invasor, seja ele um vírus, um bacilo ou bactéria. Caso encontre esse agente que o faz adoecer, o indivíduo, estando vacinado, vai produzir essas células específicas - os anticorpos - e responder à infecção causada por aquele patógeno. Então não vai adoecer”, detalha.

Em relação à aplicação da vacina, “são de várias formas: via oral, como no caso da gotinha contra a paralisia infantil; via subcutânea e intramuscular, ou até debaixo da pele, que é a vacina contra as formas graves de tuberculose, a BCG, que é aplicada debaixo da pele, chamada de via intradérmica”. “Ela atua como uma prevenção das doenças imunopreviníveis. Hoje temos muitas que nos protegem de doenças, e devemos sempre estar atentos a isso, lembrando que são aplicadas desde o nascimento até o indivíduo mais velho. Então, é preciso reforçar que a vacina é para toda a vida”, diz Ângela.

A professora reforça que as vacinas são extremamente eficientes para prevenirem contra diversas doenças como hepatites A e B, gripe sazonal e H1N1, tuberculose, sarampo, rubéola, difteria, tétano, coqueluche e papilomavírus – HPVs, entre outras patologias. “Enfim, temos hoje uma grande quantidade de doenças que consideramos preveníveis por vacinação. O exemplo mais bonito que temos na história é que a paralisia infantil, aquela doença que deixa sequela em crianças e não as permite que andem, ou que deixa defeitos em pernas e braços, foi erradicada do nosso país desde 1989”, destaca.

Antes de serem aplicadas no ser humano, “as vacinas passam por vários testes, de maneira que,agora, desenvolver uma para combater o coronavírus é bastante complexo, visto que ela não fica pronta de um dia para o outro”. “Demora, às vezes, um ano, podendo chegar até a nove ou dez anos – não é o processo de fabricá-la, mas de submetê-la a todos os testes para que seja a mais potente possível e cause os menores riscos à saúde”, esclarece.

 

Movimento antivacina

“É um movimento que orienta a população em não se vacinar. AOrganização Mundial da Saúde – OMSdeclarou, em 2019, que essa recusa em se vacinar é uma das dez maiores ameaças para a saúde mundial. O movimento tem crescido muito ao redor do mundo e começa a ter uma expressão um pouco maior no Brasil”, alerta Ângela, mencionando que, no entanto, “essa possibilidade que temos de evitar doenças é o maior avanço na história da medicina e na saúde pública e, dentro do nosso país, é a experiência mais exitosa do Sistema Único de Saúde – SUS”.

Ela relata que o movimento antivacina teve certa expressão no mundo por meio do médico britânico Andrew Wakefield, “que publicou um estudo em uma revista de renome, que relacionava as vacinas contra sarampo, caxumba e rubéola – tríplice viral – como o estopim ao autismo”. “Ele analisou apenas doze crianças com autismo e oito delas teriam manifestado, na época, autismo duas semanas depois da aplicação da vacina. Então desenvolveu essa crítica e isso, como foi publicado em uma revista de renome internacional, causou um impacto mundial. Porém, algum tempo apósa publicação, esse estudo começou a ser questionado. Na realidade, chegou-se à conclusão de que o médico estava envolvido com advogados que queriam lucrar a partir de processos contra fabricantes de vacinas, e ainda foi provado que utilizou dados falsos e alterou informações sobre esses pacientes”, diz.

Na época, de acordo com a docente, a revista se retratou e retirou esse estudo de arquivosrelacionados à publicação. “Porém, a imprensa não deu o devido valor à resposta e isso se perdeu. Assim, ficou como algo verdadeiro e, apartir disso, começou a ter um movimento popular, e as pessoas começaram a recusar vacinas. As consequências dessa confusão toda afetam muitos até hoje. Há vários pais deixando de vacinar seus filhose, de uma certa maneira, isso contribuiu para o retorno de doenças que já estavam praticamente erradicadas. O exemplo disso é o próprio sarampo:em 2017, a OMS declarou que houve 110 mil óbitos por causa de sarampo no mundo naquele ano. Então, aquela publicação não tem valor científico, de modo que, se deixarmos de vacinar uma criança na infância, pode aumentar drasticamente a mortalidade infantil. Em pleno século XXI, de cada cinco crianças, uma morreria com menos de cinco anos de idade de alguma doença que as vacinas previnem”, afirma.

Assim, Ângela reforça que “a vacina é algo muito tranquilo, masque precisa ser feito com critério, com o enfermeiro ou seu corpo de profissionais de enfermagem, por meio de uma anamnese, com conversas e perguntas sobre como está uma criança, por exemplo, e a interação com cada pessoa que chega a uma sala de vacina, para que se possa ter a tranquilidade de aplicar a vacina correta na criança, no adulto ou no idoso sem que isso vá causar quaisquer tipos de problemas”.

A professora sugere que “todas as pessoas deveriam olhar para trás e realmente ver quais e quantos foram os benefícios desde quando as vacinas foram criadas”. “Nós não morremos mais por poliomielite, não temos mais varíola, controlamos doenças sem que elas ocorram entre nós. Os estudos, o Ministério da Saúde e a OMS já mostraram que, uma vez que você deixa de vacinar, as doenças retornam. Então, precisamos ter bom senso e discernimento, e saber que, se não fizemos a ‘lição de casa’, as doenças retornarão ecrianças e adultos morrerão”, finaliza.

Informações sobre o curso de Enfermagem da Uniara podem ser obtidas no endereço www.uniara.com.br ou pelo telefone 0800 55 65 88.



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