Publicado em: 08/02/2017
Se por um lado a informação ao alcance das mãos, por meio de smartphones e tablets, facilita a vida das pessoas, por outro, pode trazer problemas físicos relacionados à postura. Hoje em dia é fácil reparar, em espaços públicos, por exemplo, indivíduos utilizando seus aparelhos com a cabeça abaixada e fora do alinhamento da coluna. O problema pode piorar, visto que é uma atividade realizada frequentemente e, por vezes, demoradamente.
O professor do curso de Fisioterapia da Universidade de Araraquara – Uniara, Maurício José Falcai, comenta que existe uma tendência em posicionar os equipamentos mais para baixo, por ser mais confortável para os braços, “porém, isso faz com que seja realizada a anteriorização da cabeça e a flexão cervical”.
“O fato de uma pessoa manter isso por muito tempo pode promover alterações tanto na parte óssea quanto na muscular, que acabam rearranjando as estruturas do sistema músculo-esquelético. Isso desencadeia fatores relacionados, principalmente, à região da parte cervical e da parte do ombro”, explica o docente.
Não é um processo irreversível, segundo ele, desde que haja uma boa orientação na postura. “A reeducação postural, onde o smartphone permaneça na frente da linha de visão e não seja necessário fazer essa anteriorização da cabeça e a flexão, é um tipo de ajuste realizado como se fosse feito com o monitor de um computador. Quando o indivíduo começar a adquirir a postura correta, já será um tratamento preventivo e, ao mesmo tempo, eliminará possíveis alterações, como encurtamento muscular, formação de osteófitos, os ‘bicos de papagaio’, ou tensão muscular”, esclarece o professor.
Falcai lembra, no entanto, que as situações ocorrem não somente com usuários de smartphones e tablets, mas com pessoas que adotam essa postura errada. “A posição de tensão com a elevação dos ombros também ajuda a levar a esse quadro problemático. Portanto, é preciso tentar mantê-los relaxados”, diz.
Quando o usuário está sentado, o docente recomenda a mesma postura ereta, enquanto que usar esses aparelhos quando se está deitado não é indicado. “O melhor é sentar-se na cama para usar o celular. Já de barriga para cima, pode cansar a musculatura dos braços, e, de barriga para baixo, envolve a alteração não somente da parte alta da coluna, mas a baixa também, sobrecarregando as estruturas por muito tempo. Posturas inadequadas gerarão dores”, adverte ele, que lembra que há, atualmente, recursos como suportes quando se está deitado, para que não seja necessário segurar aparelhos de maneira inapropriada.
Para o tratamento de quem apresenta o problema, Falcai menciona que há profissionais especializados na área de ergonomia, que podem dar orientações mais adequadas para esses tipos de casos de alterações e correções posturais, por meio de alinhamento e uso de equipamentos que auxiliam no processo.
“Depois de instalado esse quadro com alterações, além das correções posturais, a parte de tratamento fisioterápico conta com áreas específicas para a correção do problema dos desalinhamentos pela manutenção inadequada da postura. Além da orientação para restabelecê-la, são realizados o fortalecimento muscular e a melhora na flexibilidade da musculatura, por meio de exercícios que proporcionarão a recuperação do paciente”, destaca o professor, que ressalta também que existe o problema da falta de atenção de quem utiliza seu aparelho enquanto caminha pelas ruas. “É necessário estar atento por conta de irregularidades na calçada, o que pode levar a uma lesão como torção, queda ou algo mais sério”, finaliza.
Informações sobre o curso de Fisioterapia da Uniara podem ser obtidas no endereço www.uniara.com.br ou pelo telefone 0800 55 65 88.
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