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Próteses, adaptação e qualidade de vida

Publicado em: 10/02/2017

A prótese é uma grande auxiliar para pessoas que sofreram amputações. Ela propicia uma adaptação a um novo modo de vida e pode aumentar a autoestima, fatos de extrema importância para a pessoa que sofreu o processo de retirada de um membro ou de parte dele. A professora do curso de Fisioterapia da Universidade de Araraquara – Uniara, Andréa Corrêa Carrascosa, fala sobre esse tipo de aparelho e lembra que os que precisam dele podem adquirir gratuitamente, pelo Sistema Único de Saúde - SUS.

Ela explica que as próteses são equipamentos adaptados ao corpo humano com o objetivo de substituir parte de um membro ou ele inteiro. “Os casos mais comuns de amputações são os de membros inferiores. Em geral, são causadas por doenças vasculares periféricas, as mais comuns na população, sendo que, muitas vezes, iniciam nesses pacientes as amputações mais distais – parte de um dedo ou de um pé -, e isso pode evoluir para outras mais altas. Os diabéticos têm bastantes complicações desse tipo”, comenta.

O fisioterapeuta, de acordo com a docente, pode começar o trabalho com essas pessoas desde a fase de pré-amputação até o final da protetização. “Na pré-amputação é menos comum a intervenção do fisioterapeuta, porém, isso vai acontecer quando o indivíduo está internado, aguardando a operação. O trabalho feito nesse momento não é no membro que será amputado, mas de buscar manter o movimento das outras articulações, além de fazer um trabalho respiratório, que irá preparar o indivíduo para a cirurgia e, depois, para o pós-operatório. Ele irá explicar o que vai acontecer, em relação à adaptação e à protetização. Isso é importante até mesmo para motivar o paciente”, destaca.

Depois do processo, há um período de internação em que o fisioterapeuta também irá intervir, segundo Andréa. “O paciente é encaminhado para a reabilitação na clínica. A partir disso, será feito um longo trabalho de adaptação do coto – o que sobrou do membro -, e um trabalho geral de força e de equilíbrio. Nós olhamos para eles de uma forma global. É preciso tratá-los como um todo, e não somente cuidar do membro que restou”, explica a professora, que menciona que as próteses não são colocadas imediatamente após a amputação, já que há um período de adaptação do coto.

Ela esclarece que o tempo de recuperação é muito variável, e que isso tem muita relação com o estado geral do paciente. “Geralmente os idosos, mais comprometidos por problemas vasculares, ficam acamados por muito tempo, já perderam alguma função ou ela está bem deteriorada. Então, são casos mais difíceis de readaptação e protetização. Em geral, leva bastante tempo – um ou dois anos -, por meio de um trabalho longo e contínuo, por conta de outras complicações associadas”, diz.

E não são todos os casos em que é possível fazer essa readaptação e reabilitação protética, como aponta a docente. “Já tivemos pacientes na Clínica de Fisioterapia da Uniara muito idosos, com vários problemas associados à amputação, em que não tivemos indicação para protetizar. Nesses casos, não há como adequar a prótese, pois isso pode gerar riscos maiores à sua vida. Para alguém com uma cardiopatia grave, por exemplo, não é indicado, mas na grande maioria dos casos, é”, afirma.

Em relação à aceitação da nova condição, Andréa comenta que se trata de um processo que exige cuidados de familiares e dos profissionais da saúde. “Muitas vezes, há a intervenção de um psicólogo para um trabalho mais detalhado e específico de motivação do indivíduo. Existem pacientes que demoram para se readaptar a essa situação e, a partir disso, precisam ver as novas possibilidades e ter uma vida produtiva, com boa qualidade. Isso é possível para todos os pacientes, eles só precisam se aceitar dessa forma”, diz.

Como exemplo atual, ela menciona o goleiro da Chapecoense, Jackson Follmann, que sobreviveu a uma queda de avião em que quase todos os seus companheiros de equipe morreram. “Ele teve uma amputação baixa, chamada transtibial, em que o joelho foi mantido. Isso é um fator importante, que determina uma qualidade de marcha muito melhor do que aqueles que retiram o joelho. Agora, está na fase de reaprender a andar. É um exemplo importante, pois trata-se de um paciente totalmente motivado, que está visualizando um futuro adaptado, com novas possibilidades. Ele pode direcionar toda essa energia de atleta para um outro tipo de atuação. Existem times de futebol para deficientes físicos. Ele pode trabalhar em uma equipe assim”, sugere.

As próteses evoluíram muito, principalmente no último século, como coloca a professora. “Antes, eram utilizados equipamentos mais estéticos do que funcionais e, hoje, a forma de construir esses aparelhos permite que o produto final seja muito semelhante aos membros naturais. Para um joelho ou tornozelo, por exemplo, busca-se promover uma resposta muito próxima do natural. A adaptação desses indivíduos é facilitada por conta dessa evolução tecnológica”, ressalta.

Andréa lembra que o SUS fornece próteses, órteses (gesso, tipoia etc) e suportes de marcha (muletas, andadores, cadeiras de rodas etc) gratuitamente para todo cidadão brasileiro. “Para isso, é preciso que o indivíduo vá a centros específicos especializados – em Araraquara, é o Centro Especializado em Reabilitação (rua 9 de Julho, 3700, no Jardim Dom Pedro I), um local inaugurado em 2016 que agrupa várias especialidades. Lá, a pessoa amputada passará por várias consultas médicas, por um fisioterapeuta que irá avaliá-la e, quando estiver no momento de protetizar, a peça será pedida e confeccionada”, finaliza.

Informações sobre o curso de Fisioterapia da Uniara podem ser obtidas no endereço www.uniara.com.br ou pelo telefone 0800 55 65 88.

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