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NUPEDOR e NEEA da Uniara promovem curso de capacitação para professores das escolas do campo

Publicado em: 19/02/2018

Na última quinta e sexta-feira, dias 15 e 16 de fevereiro, o Núcleo de Pesquisa em Desenvolvimento e Documentação Rural – NUPEDOR e o Núcleo de Estudos e Extensão em Agroecologia – NEEA da Universidade de Araraquara – Uniara, vinculados ao Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente – PPG-DTMA da instituição, promoveram um curso de capacitação para professores das escolas do campo dos assentamentos Bela Vista, Monte Alegre VI e de Bueno de Andrada. A atividade foi realizada na unidade I da universidade.

“Essa proposta faz parte de um termo de cooperação que firmamos com a Secretaria Municipal de Educação. Foi a primeira expressão, em termos de capacitação de professores das escolas do campo. Reunimos cerca de 55 ou sessenta docentes – Escola Herminio Pagotto, do assentamento Bela Vista; Escola Maria de Lourdes da Silva Prado, do assentamento Monte Alegre VI, e a escola Eugênio Trovatti, em Bueno de Andrada”, relata a coordenadora do PPG-DTMA, Vera Lúcia Silveira Botta Ferrante.

Ela comenta que havia uma ânsia para compartilhar e conhecer melhor as especificidades que cada assentamento apresenta, “como falar com os filhos dos assentados, e o que seria importante para um projeto de escola do campo que fosse ao encontro dessa identidade rural”. “Tivemos uma excelente participação que consistiu, no primeiro dia, em contextualizar as histórias dos assentamentos desde antes dos anos oitenta, mas com mais intensidade a partir dessa década, como uma resposta que o estado dá a partir da intensificação dos conflitos sociais que aconteciam no campo”, diz.

Ainda no primeiro dia do encontro, a docente conta que foram realizadas discussões que buscaram “contextualizar os problemas que o projeto de educação no campo teria que enfrentar para poder ser efetivamente um porta-voz de mudança de transformação, e não simplesmente a reprodução de uma escola urbana”.

No segundo dia do curso, a coordenadora lembra que foi discutido o que seria alternativa para produzir, “ou seja, se isso entrou na perspectiva de uma transição agroecológica, reiterando que os assentamentos foram criados a partir de um modelo absolutamente convencional de agricultura”. “O que temos tentado, assim como outros grupos, é mostrar que existe a possibilidade de se produzir sem agrotóxicos ou venenos, ou seja, utilizando fertilizantes naturais ou outra forma de adubação. Isso foi mostrado, e poderia partir de experiências de hortas nas próprias escolas”, destaca.

Em um segundo momento, os participantes foram divididos em grupos, que apresentaram suas principais demandas. “Percebemos que havia uma forte vontade de dar continuidade a essa capacitação, seja com outros cursos, palestras ou visitas, por exemplo, levando alunos a conhecerem diferentes assentamentos com uma produção mais agroecológica”, recorda-se Vera.

“Essa capacitação é bastante importante para nós, do PPG, pelo retorno social e pelo conhecimento transmitido aos que os núcleos estudam. Foi um encontro bastante positivo em termos de expectativas e de possibilidades que podemos oferecer. Claro que nosso termo de cooperação tem limites e não podemos suprir todas as necessidades deles, e nem é nossa função. Mas a perspectiva de levar essa demanda para a Secretaria é bastante significativa, e mostra que existem formas pedagógicas diferenciadas de ensinar as crianças, por meio de caravaninhas e também de brincadeiras, que são formas pedagógicas de aprendizagem. Também fez parte de um bom projeto para socializar o conhecimento e de não deixar nossas pesquisas com resultados fechados nas salas de estudos, mas de fato inserir a comunidade”, aponta a coordenadora.

A integrante do NEEA e doutoranda do PPG-DTMA, Gislaine Cristina Pavini, responsável pelas ações educativas do grupo, menciona que o curso nasceu “devido à vontade de trabalhar um pouco mais questões levantadas pelos próprios professores”. “Acompanhei alguns docentes em Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo – HTPC, e participei de alguns seminários, principalmente os de educação do campo. Junto com esses professores, nos grupos de trabalho, levantei as suas demandas em relação aos temas discutidos no curso: história dos movimentos sociais e as lutas pela terra na região de Araraquara; histórico dos assentamentos do município buscando entender os processos que influenciam as dinâmicas de cada assentamento, de modo a reconhecer a escola como parte desse processo; o que é educação do campo e no campo, e contextualização da educação do campo em Araraquara, abrangendo o contexto histórico das escolas dos assentamentos”, detalha.

Também foram abordados problemas e entraves comuns à educação do campo e foi discutida a questão da agroecologia, de acordo com ela. “Vamos trabalhar alguns projetos que envolverão atividades práticas juntamente com os professores e alunos. O grupo, por ser multidisciplinar, vai conseguir atender essas demandas solicitadas. Cada escola tem sua particularidade, e temos a intenção de desenvolver um projeto para cada uma, com base no que foi levantado”, afirma.

Entre os temas levantados pelos professores, Gislaine cita algumas atividades que podem ser desenvolvidas na escola, como por exemplo, a formação dos alunos e desses docentes, além da participação dos pais em palestras, oficinas e visitas de campo monitoradas. “Também foi solicitado se poderíamos trabalhar no sentido de auxiliá-los a fazerem uma horta medicinal na escola, por meio de orientações para essa produção. A inserção da comunidade junto à escola também foi debatida, com a ideia de incentivar a participação dos pais, para que seja possível um trabalho mais efetivo”, comenta.

 

A ideia do curso de capacitação

O mestrando do PPG-DTMA e pesquisador do NEEA, Joviro Adalberto Junior, fez um curso de especialização em educação no campo. “Como monografia e Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, escolhi a escola do Monte Alegre para fazer uma ação investigativa e perceber os pontos de fraqueza e fortaleza da escola. Percebi a vontade dos professores em inserirem uma política que tratasse desses assuntos, e também notei que os docentes queriam desenvolver mais, dentro dessa perspectiva, todo o conteúdo programático que uma escola do campo oferece, algo que ainda é muito volúvel”, relata.

Por meio do trabalho, ele conta que conversou principalmente com a Gislaine, “que se interessou, e começamos a nos reunir para fazermos um levantamento dessas necessidades”. “Foi onde nasceu, por meio de todo o grupo, esse curso de capacitação. Quisemos disseminar esse conhecimento. A ideia era qualificar o professor para que entendesse nossa filosofia de trabalho e a repassasse aos alunos, e que esse ensinamento ultrapassasse as escolas e chegasse até os pais das crianças e produtores, que precisam ter uma mudança de paradigma”, finaliza.

Informações sobre o PPG-DTMA da Uniara podem ser obtidas no endereço www.uniara.com.br ou pelo telefone 0800 55 65 88.

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